quarta-feira, 1 de junho de 2016

Processos fundamentais de cognição social: parte 5


Possuímos saberes que se fazem acompanhar de sentimentos desagradáveis que nos levam a reagir sob a forma de protesto, ou a fazer qualquer coisa para minorar a situação. É o caso de sabermos que existem crianças vítimas de abuso sexual, por exemplo. Perspetivas como estas que, revestindo-se de tonalidades afetivas, nos impulsionam a agir recebem o nome de atitudes. Como refere o psicólogo Allport, uma atitude é gostar ou não gostar de alguma coisa ou de alguém, o que influencia o nosso comportamento em relação a essa coisa ou alguém. Neste contexto, é sobre as atitudes que irei fazer referência neste meu artigo.

Atitudes são definidas como predisposições adquiridas e relativamente estáveis que levam o indivíduo a reagir de forma positiva ou negativa em relação a um objeto de natureza social. Ou seja, é uma tendência para responder a um objeto social (situação, pessoa, grupo, acontecimento) de modo favorável ou desfavorável. É no processo de interação na sociedade que o indivíduo vai construindo o sistema de atitudes que pode assumir face: a ideias, a situações, a instituições e a objetos materiais. As atitudes desempenham um papel importante no modo como processamos a informação do mundo social em que estamos inseridos, permitem-nos interpretar, organizar e processar as informações. É este processo que explica que, face a uma mesma situação, diferentes pessoas a interpretem de forma distinta. As atitudes envolvem diferentes componentes interligadas: a componente cognitiva ou intelectual (constituída pelo conjunto de ideias, de informações, de crenças que se tem sobre um dado objeto social-pessoa, grupo, objeto, situação); componente afetiva ou emocional (conjunto de valores e emoções, positivas ou negativas, relativamente ao objeto social); componente comportamental (conjunto de reações, de respostas, face ao objeto social). Construídas ao longo da vida (com especial incidência na infância e na adolescência), as atitudes formam-se e aprendem-se no processo de socialização. Os agentes responsáveis são vários: família, escola, amigos, coralistas, colegas… Os membros da nossa família constituem-se como os modelos que imitamos e com os quais nos procuramos identificar. É importante realçar que a educação ocupa um lugar central na formação das atitudes.

Para concluir, podemos afirmar que, atualmente, os meios de comunicação social (mass media) têm grande influência na formação de novas atitudes ou no reforço das que já existem, através: da publicidade, da televisão, dos filmes, considerados como meios poderosos que exercem influência sobre o modo como se encara o mundo, o trabalho, as preferências e as relações interpessoais.

                                                                                                                   
                                                                                                                             Cristina Botelho



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