Ao longo do ano, elaborei inúmeros artigos sobre variadas temáticas e para último deixei um tema com uma importância extrema e que se constitui como um dos objetos da psicologia: os processos mentais.
Cognição, emoção e conação são domínios da mente estreitamente relacionados, desenhando-se entre eles interações, de modo a constituírem-se uma unidade global e integrada. Para se exercer cada um destes processos, reclama-se a intervenção total da mente. Os processos cognitivos são atividades mentais implicadas na compreensão, processamento e comunicação do saber, tendem para certa objetividade e impessoalidade, em virtude de pressuporem a existência do mundo exterior. Assim, objetos e situações ocorridas no meio ambiente constituem-se como referenciais de aferição válidos dos estados mentais resultantes das nossas cognições. Os processos emocionais definem-se como aspetos afetivos, agradáveis ou desagradáveis que acompanham a vivência das mais diversas situações do meio, são componentes essenciais à vida humana. Estas, são consideradas como o “sabor” da vida, uma espécie de qualidades que dão cor à cognição do mundo. Os processos emocionais são mais subjetivos e individuais, na medida em que, sendo impossível transformá-los em objetos externos, consistem em simples estados vividos por um sujeito. Só o próprio indivíduo é que lhes pode ter acesso, sendo inviável a sua comparação com qualquer padrão existente fora da pessoa. Os processos conativos são fatores da personalidade associados às motivações e intenções que dinamizam o sujeito para a ação. Neste sentido, estes processos estão vocacionados para a ação, associam-se à vontade e tendem a expressar-se em comportamentos. São a base das respostas aos estímulos do meio, do fabrico de objetos e instrumentos, da modificação da realidade à nossa volta e da melhoria das nossas condições de vida.
Em conclusão, é bastante importante referir que o conceito de mente evoluiu, levando a emergir uma definição mais abrangente, dando abrigo aos processos cognitivos, emocionais e conativos. Isto é, a mente deixa de ser perspetivada como uma série de componentes cognitivas independentes, para passar a ser entendida como um sistema de interações organizadas de modo complexo.
Cristina Botelho
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