A nossa personalidade não é mais do que aquilo que a sociedade em que estamos inseridos quer que ela seja. Os nossos pais, professores, amigos e as regras morais que regem a sociedade a que pertencemos moldam a nossa personalidade, desde muito cedo na nossa vida. Nem toda a gente consegue construir a sua própria personalidade, autêntica e distinta, sendo apenas mais um produto obtido do paradigma geral de personalidade da sociedade em que se insere. Sendo assim, os indivíduos pertencentes a um mesmo meio ou sociedade são muito semelhantes no que toca à sua personalidade, sem nunca chegarem a ter uma identidade própria. As pequenas diferenças que encontramos de uns indivíduos para outros são fruto apenas da sua individualidade, inata, a natureza do nosso eu, que não nos pode ser dada nem retirada por ninguém, ao contrário da personalidade.
Contudo, existem aqueles que se conseguem individualizar e alcançar a sua própria personalidade.
Estes sabem, à partida,que a busca pela personalidade os vai obrigar a entrar em conflito com as rotinas e vidas normais das pessoas e com as regras , normas e valores que estas pessoas comuns defendem. É nisto que consiste, fundamentalmente, a construção de uma personalidade, na vontade de ter e criar uma vida própria e de se demarcar da restante sociedade, em oposição com a isistência do meio em que vivemos em que nos conformemos com ele e que sejamos apenas mais uma ovelha do rebanho. Esta meta não está ao alcance de todos, pois ninguém consegue desenvolver uma personalidade se não se disposer a passar por experiências revolucionárias e completamente contrárias ao habitual. Quem escolhe obter a sua própria personalidade tem sempre presentes duas questões, “Devo fazer o que quero? Ou devo fazer o que os outros acham que devo fazer?” e quem escolhe fazer e ser o que realmente quer tem de estar ciente de que vai ser feliz na sua individualidade, mas certamente afastado da restante sociedade, pois não alcançou as expetativas que esta depositou em si, mas se escolher ir pelo caminho mais fácil, singindo-se às normas gerais, vai ser infeliz nunca chegando a ser o que realmente é, mas vai conseguir estar sempre incluído e bem visto aos severos olhos da sociedade. É este o nosso conflito, haveremos de ser uns felizes solitários ou uns infelizes acompanhados?
Acabo com uma frase de Alphonse Karr : “ Cada homem possui três personalidades: a que exibe, a que tem e a que pensa ter.” Aqui ficam as opções apenas nos resta escolher o que queremos ser.
Bruno Pinto, Nº3, 12ºC
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