Nesse
trabalho Freud
estudou,
através da descrição de um caso clínico, a questão da
sexualidade nas mulheres. O
caso clínico tratava-se de uma paciente com
18 anos,
que se apaixonou por uma mulher
que era 10 anos mais velha que ela.
Essa mulher de quem a jovem admirava, tinha relações com muitos
homens e mantinha relações íntimas com uma mulher casada. A
paciente, segundo os seus pais, nunca tinha
demonstrado
interesse pelo sexo oposto. E, nos
anos anteriores
já tinha mostrado
grandes
sentimentos
por outras mulheres. Passado
6 meses do que aconteceu,
os pais procuraram Freud, no
intuito de
combater a homossexualidade da filha.
Freud
salientou que, o facto da jovem, ter sido levada ao tratamento, ao
invés de querê-lo
por própria
vontade,
colocou muitas
dificuldades ao trabalho analítico por parte deste. Um outro fator
desfavorável à análise era o facto
da paciente não estar doente (não apresentava sintomas histéricos
ou queixas), sendo o objetivo do trabalho a remoção do
homossexualismo.
Freud dividiu a análise em duas partes.
A primeira consistia em obter
informações necessárias sobre a paciente e a sua familiarização
com a técnica da psicanálise. A
segunda fase era marcada pela recordação, repetição e elaboração
do material inconsciente (superação das resistências). Neste caso,
a análise ficou só pela
primeira fase devido a uma grande resistência por parte da paciente. No
início do tratamento, Freud é informado pela paciente que ela nunca
tinha tido relações sexuais com a mulher e que, apesar de desejar a
mulher, estaria disposta ao tratamento por amor aos pais. O
que chama a atenção neste trabalho psíquico de Freud, é mesmo o
fato da jovem ter assumido um papel masculino na relação com a
mulher,comportando-se
como um homem
- “Havia,
assim, não apenas escolhido um objeto amoroso feminino, mas
desenvolvera também uma atitude masculina para com esse objeto”.
Para ele, a homossexualidade é tão natural como a heterossexualidade.
Concluiu isto
a partir de uma carta que ele escreveu
em 1935, a uma mãe norte-americana que lhe pediu
ajuda em relação às condutas e comportamentos que ela considerava
anormais por parte
do filho. E Freud
respondeu “Eu creio
compreender, após ler a sua carta, que o seu filho é homossexual.
Fiquei muito surpreso pelo facto de a senhora não ter mencionado
esse termo nas informações que me deu sobre ele. Posso eu vos
perguntar por que evitou esta palavra? A homossexualidade não é
evidentemente uma vantagem, mas não há nada do que sentir vergonha.
Ela não é nem um vício, nem uma desonra e não poderíamos
qualifica-la de doença. (…) Muitos indivíduos altamente
respeitáveis, nos tempos antigos e modernos, foram homossexuais
(Platão, Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci, etc.). É uma grande
injustiça perseguir a homossexualidade como e crime e também uma
crueldade.” (Freud, 1935/1967).
Para
a psicologia, a homossexualidade é tão natural como a
heterossexualidade. O Organismo nasce com uma carga genética que
determinará como respondemos a determinados estímulos. Parte dos
genes serão ativados ao longo da vida, alguns podem até nunca se
manifestarem. A partir do momento em que nascemos, e mesmo no
desenvolvimento embrionário, o organismo passa a modificar o que o
rodeia e a ser modificado por este.
Os
nossos pensamentos, sentimentos e as nossas ações, são resultado
da contínua interação entre o nosso organismo e as coisas que lhe
acontecem. Quando se trata dos nossos comportamentos, não somos nem
biologicamente nem psicologicamente determinados, mas fruto da
relação de ambos. Podemos
entender então
que, para a Psicologia, a sexualidade humana é mais complexa do que
imaginámos.
A sexualidade humana tem bases biológicas, mas não existe
orientação sexual sem interação com o ambiente: família, amigos,
sociedade, etc.
A
homossexualidade é uma característica, não uma deficiência,
devemos olhar para ela com a naturalidade que ela exige e devemos
respeitar quem opta por caminhos diferentes dos nossos e quem pensa
de maneira diferente. Homossexualidade não é nenhuma doença e não
deve ser olhada e criticada como tal!
Ana Manuela 12ºC
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