O método psicanalítico desenvolvido por Sigmund Freud, para
além de representar uma teoria sobre a personalidade, concretiza o surgimento
de uma nova terapia aliada à investigação. Este tratamento decorre sem o auxílio
de medicamentos, sendo que o seu processo se assenta na “cura pela fala”,
que consiste na análise do discurso, das emoções e dos comportamentos do
paciente.
Segundo Freud, o indivíduo encontra-se numa batalha
permanente entre o id, um dos domínios da mente, sendo que este se rege pelo
princípio do prazer, e o superego, o último domínio da mente a ser formado, que
se carateriza por representar a consciência moral. O ego, instância intermédia
entre os dois domínios em conflito, é responsável para resolução das
problemáticas causadas pela oposição entre id e superego. Frequentemente, o ego
opta pela satisfação da vontade do superego, o que provoca com que os desejos e
certas pulsões sofram um processo denominado por recalcamento. Este fenómeno
constitui um “mecanismo de defesa do eu” que protege o indivíduo de qualquer
género de instabilidade emocional.
Porém, os conflitos recalcados não desaparecem por completo,
uma vez que estes se deslocam da zona consciente para a parte inconsciente da
mente humana, manifestando-se em sonhos,
actos falhados ou neuroses (qualquer desequilíbrio mental que causa angústia e ansiedade).
“O sonho representa a realização de um desejo. Não são, portanto,
destituídos de sentido, não são absurdos. Pelo contrário, são fenómenos psíquicos
de inteira validade (...)”
-Teoria dos Sonhos, Sigmund Freud
O método psicanalítico desenvolveu um vasto conjunto de
técnicas, para a realização do tratamento em que este consiste. A
associação livre, a interpretação dos sonhos, a análise de transferência e a
análise de actos falhados compõem o grupo de técnicas utilizadas por este
método, que quando aplicadas possibilitam ao psicanalista, tal como um
arqueólogo, desvendar os segredos escondidos nas zonas mais profundas da nossa
mente. Estes procedimentos irão provocar no paciente uma consciencialização de
certos conflitos recalcados, que causaram a determinada perturbação vivenciada
por este, facultando, assim, a sua cura.
Patrícia Ferreira 12ºD nº10
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