domingo, 8 de novembro de 2015

O que é o ser humano?




O que é o ser humano? (Quem sou eu?)

Introdução: Uma nova revolução paradigmática?

Temos alguns autores que consideram que as grandes revoluções da era moderna são três, e que essas nos fizerem mudar as conceções relativamente a nós mesmos. Há três grandes nomes associados a essas conceções tais como: Freud, Copérnico e Darwin. As três revoluções tiveram consequências epistemológicas imediatas, sobre a metodologia científica em diversas áreas, sobretudo em astronomia, física, biologia, psicologia e sociologia

A influência mais profunda destas três revoluções situa-se, de facto ao nível das nossas conceções filosóficas e religiosas. Prevê-se que possamos estar presentemente no início de uma nova revolução. Uma revolução provocada pelos rápidos desenvolvimentos das ciências cognitivas que se têm verificado sobretudo a partir de meados do século XX, e cujo fim e implicações não se vislumbram ainda por completo, permanecendo em aberto diversas hipóteses quanto a desenvolvimentos futuros. Neste momento o que apenas se pode dizer é que o impacto desta nova revolução levada pela pelas ciências cognitivas é bem mais forte do que as anteriores.

As ciências cognitivas e a pergunta: “O que é ser humano?”

O que se fala sobre as ciências cognitivas: “o estudo interdisciplinar dos processos cognitivos envolvidos na aquisição, representação e uso do conhecimento humano, incluindo em particular o estudo da linguagem natural, memória, resolução de problemas, aprendizagem, visão e raciocínio” Para outros são “o conjunto de investigações interdisciplinares que procura explicar a atividade inteligente, quer a que é própria dos seres vivos (especialmente humanos adultos), quer a das máquinas.” Todas elas acentuam numa ligação entre cognição ou conhecimento e ação ou comportamento.

Mark Johnson e George Lakoff têm já uma opinião formulada sobre o assunto, dizendo: “A mente é por natureza incarnada. O pensamento é na sua maior parte inconsciente. Os conceitos abstratos são largamente metafóricos”.

Crick e Flanagan sobre a alma humana

A questão da existência e da natureza da alma humana constituem atualmente uma das questões mais debatidas pelos autores que desenvolvem a perspetiva filosófica das ciências cognitivas, dado que se trata de um conceito no qual converge muito da tradição filosófico-teológica ocidental, e que aparece tradicionalmente associado ao conceito de corpo, criando assim um dualismo hoje posto em causa.

O autor considera que, cientificamente falando, se trata de um conceito desnecessário para a compreensão do mesmo ser humano. Dizendo:  “Um neurobiólogo moderno”, afirmando ele, “não precisa do conceito religioso de alma para explicar o comportamento dos humanos e de outros animais.”

O ser humano como relação

A dimensão relacional do corpo humano e de todas as suas capacidades, nomeadamente as de natureza neurobiológica, é que permite superar o ponto de vista individual e ver o ser humano como pessoa. Nesta perspetiva, domínios como a filosofia, a ética e a religião aparecem pouco transformados, mas não no sentido proposto pelas ciências cognitivas que são, também elas, substancialistas, já que se baseiam num substancialismo de tipo neurobiológico. Isto vem mudar também o conceito de alma e o correspondente conceito de imortalidade. “A imortalidade concebida pela Bíblia não é fruto da própria capacidade daquilo que, por si mesmo, é indestrutível, mas da participação no diálogo com o Criador, trata-se de uma imortalidade dialógica”.
Juliana Monteiro 12ºD

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