Partilhamos mais de 98% do nosso material genético com os chimpanzés. Números como este podem ser identificados em outros mamíferos. Poderíamos concluir que a ideia de Darwin está certa. Mas, mais importante do que reclamar o sucesso de uma teoria, é constatarmos que, desde os primeiros passos no estudo da hereditariedade e, em particular, após a descoberta do ADN, muitas janelas se abriram para a melhor compreensão do ser humano, quer como ser biológico, quer como ser psicossocial. Através da genética, compreendemos melhor o processo de transmissão das caraterísticas dos nossos progenitores, a nossa relação com outras espécies, procuram se tratamentos individualizados e dão-se os primeiros passos no âmbito da chamada Genética Comportamental. Sabemos que a biologia não é tudo do ser humano. A Genética aprende cada vez mais sobre a importância do meio. Este novo domínio fornece-nos elementos para percebermos melhor a contribuição da biologia relativamente ao comportamento humano, tendo como base a relação entre os genes e o ambiente.
Se algo fascinou a curiosidade humana, é a resposta à pergunta de onde vivemos. Como nos formámos, como surgimos com potencialidades extraordinárias, mas ainda indefesos, do útero da mãe? Eis algumas questões de respostas não fácil, mas para as quais muito contribui o conhecimento da última centena de anos.
Além da dimensão genética e evolucionária que determinou o nosso corpo, a nossa individuação não poderia ser o que é sem um conjunto de outras dimensões essenciais que determinam e condicionam largamente a sobrevivência. Acresce o facto de que, apesar da perfeição que a evolução demonstra, o bebé quando nasce é ainda um ser inacabado. Um vasto conjunto de estruturas aprendidas vai completar a maturação e o desenvolvimento do bebé. Nesse âmbito, a dimensão social, cultural e de história pessoal tem um papel determinante, não só ao nível individual, mas também ao nível interpessoal. Ao velho lema de bio-socio-psico-cultural, onde os indivíduos são diferentes pela sua especificidade, mas partilhando hábitos, comportamentos e valores só possíveis na relação com outros seres humanos. A cultura é um fator humanizador de tal modo importante que houve quem desse à espécie humana o nome de espécie artificial ou cultural.
Em suma, o Ser Humano é um ser racionalmente biológico, cultural, social e histórico.
Diogo Azevedo 12ºC Nº20
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