quinta-feira, 26 de maio de 2016

Qual é a origem da agressividade?


Ao longo dos anos, esta questão tem dividido opiniões, gerando debates e discussões acesas, não só entre a comunidade especializada mas também junto da restante população. Bandura procurou comprovar que a agressividade seria o fruto da aprendizagem social, enquanto que Freud, Lorenz e Dollard defendiam a qualidade inata dos comportamentos agressivos.

Segundo Bandura, o indivíduo durante a sua infância seria exposto a comportamentos de caráter agressivo e acabaria por imitar os mesmos, este fenómeno devia-se ao processo de socialização, que consiste na assimilação de normas, valores e comportamentos.
Para comprovar esta tese, em 1961, Bandura realizou uma experiência que consistia em dividir 64 crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos, por três salas, com realidades diferentes. Na primeira sala, as crianças observavam um indivíduo que apresentava uma conduta de caráter agressivo, dirigindo, assim,  insultos e agredindo fisicamente um boneco insuflável. Noutra sala, o indivíduo comportava-se de forma normal perante o boneco insuflável. Por fim, na terceira sala, as crianças não eram expostas a nenhum “modelo”/ indivíduo.

Os resultados da experiência revelaram-se cruciais para fundamentar a sua tese, uma vez que, as crianças, quando deixadas sozinhas nas salas, apresentavam os mesmos comportamentos que tinham observado, reforçando, assim, a ideia de que a agressividade é um produto da aprendizagem, através da observação e imitação de comportamentos agressivos.

Freud defendia que os seres humanos guiavam-se pelas suas pulsões (instintos), sendo que existiam dois “grupos” de pulsões: Eros e Thánatos. Quanto à origem da agressividade, o pai da psicanálise afirma que a agressividade teria uma qualidade inata, uma vez que os comportamentos agressivos seriam provocados por uma pulsão de morte, Thánatos, que seria reprimida pela cultura.

Tal como Sigmund Freud, o autor do livro “ A Agressão, Uma História Natural do Mal”, Korand Lorenz defendia a origem biológica da agressividade, encarava-a como uma caraterística gravada no código genético humano, que se manifestava perante determinados estímulos.  Para além disso, Lorenz acreditava que a agressividade era essencial para a sobrevivência da espécie humana, bem como para a preservação do próprio indivíduo. Porém, o Homem não consegue controlar esta caraterística, devido a não possuir mecanismos eficientes no controlo desta.

Na mesma linha de pensamento, John Dollard formulou uma teoria, na qual a agressão era um produto resultante da frustração do indivíduo, defendendo, assim, a existência de uma relação estreita e inata entre a frustração e a agressão. Segundo esta tese, a agressividade visava eliminar os obstáculos que não possibilitavam o indivíduo atingir os seus objetivos. Dollard recebeu várias críticas, devido, ao facto de, nem todos os comportamentos agressivos serem motivados pela frustração.

Hoje em dia, afirma-se que ,nos mamíferos, a agressividade é crucial para a sobrevivência da espécie, uma vez que se manifesta quando a sua preservação se encontra em risco. 
Patrícia Ferreira 12ºD 

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