O ser humano é incapaz de absorver toda a informação
relativa ao que o rodeia. Por isso, procura simplificar a informação,
recorrendo, assim, à categorização como forma de organizar a sua percepção do
mundo social.
O processo de categorização consiste na ordenação de
elementos em categorias com caraterísticas próprias. Por outras palavras, o indivíduo, segundo este processo, organiza a informação recebida em "gavetas", sendo que cada uma delas é preenchida com elementos associados a uma categoria.
Os estereótipos, “um sistema de crenças que se atribuem a
membros de grupos, simplesmente pelo facto de pertencerem a esses”, são uma
supergeneralização, resultante deste processo de simplificação. Introduzidas
pela cultura, através do processo de sociabilização, estas crenças são
caraterizadas como sendo imagens inflexíveis e esquemáticas, que influenciam a
forma como o indivíduo interpreta o mundo social, afetando, até um certo
ponto, o seu comportamento. Como por exemplo, um
indivíduo encontra-se perdido na rua e decide pedir indicações às pessoas que o
rodeiam, sobre qual o caminho a seguir para chegar ao seu destino. Quando vê um
jovem que aparenta ser de étnia cigana, devido a acreditar que os ciganos são
criminosos, opta por não lhe pedir ajuda e decide, então, abordar um senhor idoso sentado num banco de jardim. O indivíduo considera ser esta a decisão mais "segura", na medida em que acredita no estereótipo que carateriza os idosos como sendo gentis.
Nesta situação, podemos observar a relação estabelecida
entre categorização e estereótipo, uma vez que o indivíduo atribuiu uma
categoria a cada uma das pessoas apresentadas e posteriormente, de forma automática, assumiu que estas
possuíam traços e comportamentos caraterísticos da categoria que lhes fora
atribuída, mesmo não sabendo a veracidade desta associação.
Em suma, o Homem necessita quer do processo de categorização
como do estereótipo, devido a simplificarem a sua percepção sobre o mundo que o rodeia. No entanto, estes podem induzir em erro o indivíduo, levando-o a avaliar insidiosamente o
outro.
Patrícia Ferreira 12ºD