“Os filhos dos homens, dentre todos os animais jovens, são os mais difíceis de serem tratados”, Patão.
O processo de criação e desenvolvimento do ser humano é um dos processos mais complexos e perigosos da natureza. Desde o momento em que nascemos, ficamos expostos a um sem número de perigos e de circunstâncias que vão ser fulcrais para o que seremos no futuro. O meio em que se nasce é determinante para a defenição do “eu” de cada um, se uma criança nascer num meio rodeado de delinquência e de maus exemplos terá uma maior tendência para se tornar uma delinquente, claro que não se pode generalizar esta máxima, porque o ser humano é o ser mais complexo e singular da natureza e nesta espécie ninguém é igual a ninguém. Depois de ultrapassado este primeiro perigo eis que surge o segundo, os nossos pais e a educação que nos darão. Este ponto não está diretamente relacionado com o meio em que nascemos (ao contrário do que se possa pensar) porque por vezes temos tudo menos uma boa educação e uns pais presentes. A educação que se recebe por parte dos pais é muito importante para nos formarmos como homens e mulheres. Esta educação começa a ser dada desde muito cedo, os pais tentam incutir aos seus filhos normas e leis morais, que constituem, para eles, o “eu” perfeito que desejam que seja alcançado pelo seu filho no futuro. Nesta etapa a criança aprende, essencialmente, a distinguir o bem do mal, aprende a controlar os seus instintos e regula a sua vida não só pelo prazer mas também pelo dever e pela moral, deixando de ser um ser amoral, aqui depara-se com algumas batalhas entre o prazer e o moralmente correto, uma das primeiras é quando tem de deixar de se alimentar através do seio da sua mãe ou quando tem de deixar de usar a chupeta, coisas que lhe dão muito prazer mas que a moral reprime a partir de um certo momento da sua vida.
Depois de “sobrevivermos” a estes dois grandes perigos, tudo depende de cada um de nós e do modo como absorvemos os ensinamentos que nos foram concedidos tanto pelos nossos pais como pelo meio e pela sociedade em que crescemos. Para que isto aconteça tem de haver desde cedo, uma relação de grande confiança entre pais e filhos que pode ser perdida por simples fatores e acontecimentos que se sucedem na infância, perguntas como “de onde vêm os bebés?” feitas constantemente neste período, são um dos fatores que contribuem para a desconfiança dos filhos perante os seus pais no futuro, pois são respondidas na maioria das vezes de um modo desonesto. Acontecimentos como este parecem inofencivos, mas a verdade é que tudo o que acontece na nossa infância é um reflexo daquilo que somos, possivelmente não nos lembramos desses acontecimentos tão remotos, mas eles refletem-se pela nossa vida fora. Conjugando a sorte de se nascer num meio social equilibrado e o facto de ter uma boa educação por parte dos nossos pais, porque na sociedade em que vivemos estes dois fatores são cada vez mais “uma sorte” para quem os possui, basta-nos seguir o caminho que nos foi indicado como mais favorável, não nos deixando afetar por fatores externos da sociedade e sabendo fazer sempre as escolhas certas fazendo uso da dsitinção entre o bem e o mal tal como aprendemos durante a nossa infância, tal como dizia William Wordsworth, “A criança é o pai do Homem”
A pessoa que nos tornamos está envolta numa série de fatores e de pequenos acontecimentos que se desenvolvem desde a infância e que decorrem pela vida fora, poque embora saiba que a infância é um período fulcral no desenvolvimento humano, também acredito que ao longo da vida vamos mudando a nossa maneira de ser e de estar com o mundo fruto das circunstâncias da vida. Para mim o nascimento de uma criança é o começo de uma grande aventura repleta de perigos e ameaças em que os pais têm a árdua tarefa de prepararem os seus filhos para esta longa caminhada, tarefa que não está ao alcance de todos, pois apenas quem foi preparado para a batalha da vida pode algum dia preparar alguém para essa mesma batalha.
Bruno Pinto, Nº3, 12ºC
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