segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O caso dos gémeos suspeitos de crime



Para a elaboração deste artigo, procurei saber um pouco mais sobre uma questão que me deixa muito curiosa: perante uma situação de crime, onde os suspeitos são dois irmãos gémeos, qual deles terá praticado o mesmo? Vejamos a situação: dois gémeos idênticos são suspeitos de vários crimes de violação em Marselha (França), mas como têm o ADN igual, nem os testes os distinguem. Qual será o culpado? Serão os dois culpados? Este, é um dos maiores quebra-cabeças com que a justiça alguma vez se deparou.


O caso é o seguinte: entre Setembro de 2012 e Janeiro deste ano, houve 6 violações num bairro daquela cidade. O problema é que os crimes aconteceram e os principais suspeitos são dois irmãos gémeos idênticos de 24 anos. As provas contidas no corpo das vítimas são: sémen do criminoso, cabelos e sangue (que atestam a identidade do violador). Mesmo estando os dois irmãos presos, o problema mantém-se, a qual deles pertencem estes indícios? A solução, inicialmente, parece óbvia: elaboração dos infalíveis testes de ADN. Contudo, a grande complicação é que os gémeos idênticos/monozigóticos partilham o ADN em 100 %, ou seja, eles são iguais até a nível microscópico. O verdadeiro culpado só poderá ser descoberto por testes genéticos mais afinados, todavia uma verificação mais exaustiva poderia atingir milhares de euros. E, mesmo assim, talvez não seria possível desvendar este grande mistério, como foi o caso de inúmeros peritos que não tiveram sucesso nas suas tentativas. Neste sentido, é muito difícil distinguir quem cometeu o crime, pois haverá sempre a incerteza e dúvida sobre quem é o alvo certeiro.


Em conclusão, perante uma situação de crime, em que dois gémeos monozigóticos estejam envolvidos, encontrar o verdadeiro culpado é muito complicado e, mesmo através de outros testes mais rigorosos é bastante duvidoso uma vez que ninguém sabe, ao certo, quais são os tecidos onde se podem encontrar as mutações. Sendo assim, em tribunal, ainda não existe um método concreto e infalível para distinção, a nível genético, dos gémeos verdadeiros.


Cristina Botelho

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